Cemitérios de Sangue

O céu em mar
Ousa me atormentar.
Santos dormem ao som
Das badaladas do meu sangue.
Não tenho amores sanguíneos
Mas uma morta em formol
No túmulo da minha cama.
O céu em mar
Ousa me persuadir.
Mártires das Trevas
Me identificam Vampiro
Sem luas...
...Mas ouso sim!
Invocar o céu em mar.
Nessa noite augusta minha fé
É acalanto dos cemitérios
Que me exorcizam.
Mãe Santíssima desce naquelas Trevas
Sangrando os sinos do meu sangue
E minha morta em formol
Tem uma rosa nos seus pés moribundos.
Ela, eu...
No ostracismo, santuário
Daquele céu em mar.
Agora me despeço
Com os cabelos gotejando
Taças de sangue.
Enquanto meu crânio
Em alucinação e delírio
Murmura:
"Dorme com ela e golpeia tua dor
Num mar de trevas
Num céu de glórias caóticas".
Minha epopeia e historia,
Sôfregas no meu castelo
Dos assombros à Morte.